quarta-feira, 8 de março de 2017

FARRA NO SENADO

Tudo indica que no próximo dia 26, num domingo, certamente, de muito sol, seis dias após as águas de março fecharem o verão (como na música de Tom Jobim), as ruas de norte a sul estarão repletas de patriotas que não aguentam mais tanto roubo, tanta desfaçatez, tantos desvios de várias naturezas praticados por maus brasileiros, além dos muitos excessos cometidos pelos representantes dos poderes da República (Executivo, Legislativo e Judiciário), cujas benesses, vantagens, adicionais - ou qualquer outro nome que se queira dar às aberrações - a maioria não deseja mais. Estão sendo marcadas várias manifestações que, a exemplo de anos anteriores, deverão bradar "Fora Lula", "Fora Temer", Pelo Fim da Corrupção", "Moro, o Brasil Está Com Você" e tantas outras a favor da classe trabalhadora, dos estudantes, dos aposentados, dos idosos, das crianças, dos enfermos, enfim, dos 200 milhões de brasileiros e brasileiras verdadeiros 'donos' de tudo. Mas uma outra palavra de ordem, um outro tema deverá prevalecer no movimento: o fim das mordomias dos políticos, (ir) responsáveis por um gasto que ninguém suporta mais (exceção dos corruptos, ativos e passivos), sempre ancorado pelos governos que precisam aprovar projetos, muitos deles pessoais, protegendo, sempre, seu quinhão na roubalheira institucionalizada em que transformaram o País. E no turbilhão de emoções e atos cívicos visando medidas concretas para se interromper um ciclo e um círculo vicioso que vêm destruindo o Brasil, deverão estar os muitos privilégios recebidos pelos 81 senadores, como o salário mensal de, aproximadamente, R$34 mil até os vários e vastíssimos, além de vergonhosos e desproporcionais, "penduricalhos, adicionais ou qualquer outro nome que queiram dar às aberrações de quem é eleito para um mandato de oito anos, tem foro privilegiado e ainda carrega, desde o ventre das campanhas eleitorais, um suplente que, se assumir pelo menos durante seis meses, fica com todos os benefícios do 'patrão' (o verdadeiro dono do mandato), que muitas vezes sai para ocupar outro cargo na administração pública - devidamente negociado, como tudo na política brasileira - e deixa seu 'pupilo' esquentando lugar ou para entrar nas demais mamatas. Entre as outras 'safadezas', os maus exemplos, muitos dos quais seguidos por deputados federais, estaduais e, até, vereadores, pode-se destacar:
1- R$ 4 mil mensais de auxílio-moradia;
2- R$ 15 mil para despesas diversas;
3- Até R$ 6 mil de verba para correio ( talvez sejam um dos poucos que ainda usem tanto tal recurso em plena era da informática como instrumento de comunicação):
4- R$ 24 mil para passagens aéreas;
5- 25 litros de gasolina grátis por dia;
6- Plano de saúde ilimitado e vitalício, isto é, para o resto da vida para ele, cônjuge e filhos (certamente, os fora do casamento também, né Renan?), seja quando for, seja quanto for;
7- Indicação de até 52 assessores que não precisam ter experiência nem qualificação alguma, bastando ser indicado;
8- Aposentadoria integral (é bom lembrar que para o senador e seu suplente após os 180 dias de exercício parlamentar).
Finalmente (se é que para ardilosos haja fim), para se ter uma ideia do injustificável gasto, o Senado gera um custo anual de R$ 30 milhões com copeiros, massagistas, médicos, nutricionistas, produto de limpeza, viagens extras, etc. Por senador. Isto mesmo, dinheiro mais do que suficiente para pagar, por exemplo, 550 policiais, 250 médicos, 650 professores o ano inteiro. Como se vê, a farra com o dinheiro público em boa parte do Congresso e do Judiciário é um dos principais motivos de o País estar vivendo uma de suas maiores crises, a qual querem fazer com que os trabalhadores arquem com todos os ônus através de novos impostos (a volta da CPMF), Reforma da Previdência e tantas outras formas de extorsão. E um dos principais incentivos para a população ir pra rua, no dia 26 de março, mostrar que não quer mais isto.