sexta-feira, 3 de março de 2017

ROBIN HOOD ÀS AVESSAS

Semana que vem, quando a classe política deverá manter a tradição de (re)iniciar os trabalhos legislativos, depois do recesso imposto por Momo, a tal da Reforma da Previdência Social - já chamada pela maioria de maldita e 'da Morte' - tomará quase todos os espaços dedicados às discussões sobre possíveis mudanças no sistema de pagamentos aos milhões de brasileiros e brasileiras que contribuíram, durante anos e anos, e, agora, têm direito a receber parte (diga-se de passagem, bem pequena e injusta) através dos 'benefícios' que um Congresso, maldito, da Morte e, como quase sempre, corporativo e comprado, quer, praticamente, aniquilar, extinguir, no mínimo, colocar como o salvador de um rombo que, até eles sabem, não existe. Nunca existiu de verdade. Durante muito tempo, temos usado este precioso espaço para mostrar que o problema não consiste em um grande déficit da Previdência e, sim, num grande rombo deixado pelos que não honra(ra)m com seus compromissos - a exemplo do que são obrigados a fazer aqueles que trabalham para ter uma vida um pouco mais digna - isto é, muitas das maiores empresas brasileiras que sonegam, fraudam, não pagam o que devem a todos nós, desviando os recursos multimilionários e suficientes para nos devolver parte do que é nosso. Com fazem alguns dos verdadeiros vilões, os inimigos do Brasil, os Lesa-Pátria, os 'malandros' que a maioria dos congressistas parece disposta a proteger, como a Vale do Rio Doce, a Friboi, a JBS, o Itaú/Unibanco, o Bradesco, os antigos Banco do Ceará, TV Manchete e Companhia de Aviação Varig e até a Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil que ajudam a acumular uma dívida de R$ 426,07 bilhões, quase três vezes o atual denominado déficit do setor, cerca de R$149,7 bilhões no ano passado. Como se pode constatar, o déficit da previdência é um discurso ideológico que não respeita a Constituição e o mais novo golpe do PMDB - alicerçado, todo, pelo PT e seus puxadinhos - do presidente Michel Temer, Renan Calheiros, Romero Jucá, Moreira Franco, José Sarney, entre outros, que muitos ajudaram a ascender ao poder mas que começam a se arrepender amargamente. Para quem ainda tem dúvida, há uma lista  de devedores de mais de 500 nomes de empresas públicas, privadas, fundações, governos estaduais e prefeituras que devem ao Regime Geral da Previdência Social feita pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (portanto, não é coisa dos cães raivosos do PT ou dos reacionários da internet que eles costumam dizer que não têm responsabilidade com o País). É um trabalho sério de gente séria da Dívida Ativa da União, por exemplo, que verificou que, desde a década de 60, existem débitos de devedores de vários tipos, desde um pequeno a um grande, e entre eles há muita variação de capacidade econômica e financeira, suficientes para impedir mais esta covardia contra quem não tem nada a ver com a roubalheira praticada contra quem contribuiu - e ainda contribui - com um sistema que não faz favor algum quando tem de devolver parte do que é seu por direito.