quarta-feira, 10 de maio de 2017

EDUCAÇÃO, SEM DÚVIDA

Embora a política, um de nossos temas preferidos, esteja, como sempre, 'pegando fogo', uma vez que estão em curso reformas polêmicas, depoimentos, como o do ex-presidente Lula, novas delações de diretores da Odebrecht, prisões e investigações também relacionadas à prática de corrupção e, até, solturas de condenados como José Dirceu, revogações de habeas corpus como de Eike Batista e pedidos de impeachment, ambos relacionados ao ministro Gilmar Mendes, do STF, resolvemos propor uma mudança quase radical (se bem que educação pode(ria) vir de berço e  deve(ria)-se aprender em casa) e escrever sobre um outro trabalho por nós desenvolvidos, ou seja, na área escolar onde atuamos há algum tempo (primeiro no Ciep "de" Ailson, Joedima, Angelo e agora no Maria de Lourdes "de" Ana, Marcella e respectivas equipes). Muitas vezes se confunde, por exemplo, o verdadeiro exercício de um psicólogo educacional e escolar com outras atribuições e não é raro surgirem dúvidas a respeito. Apesar de parecer clara a importância deste profissional em assuntos relacionados à educação, isso não é tão evidente para a maioria das pessoas que ainda associam a Psicologia unicamente ao tema saúde mental. Há uma grande confusão quando se fala do trabalho de psicólogos dentro da escola e outros ambientes educacionais. Boa parte (e bota boa nisso) das pessoas tem a ideia de que estes profissionais são apenas clínicos que lidam, quase exclusivamente, para 'o indivíduo ser capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade', aliás, como define a Organização Mundial da Saúde (OMS) ao referir-se ao conceito de saúde mental. E aí vêm a rede de cuidados em Saúde Mental, Álcool e outras Drogas, os Serviços Residenciais Terapêuticos, os Centros de Atenção Psicossocial, os transtornos mentais, etc. e com eles o estereótipo (preconceituoso) de que os psicólogos 'trabalham com loucos'. E aí vem a confusão, mesmo porque a formação do psicólogo, no Brasil, está voltada, na maioria das vezes, para uma perspectiva muito mais clínica e de saúde mental do que para outras de suas possibilidades quando se pensa em trabalhar o desenvolvimento humano. Mas o que faz um psicólogo na escola? Primeiro, vamos entender que não há um perfil definido para um psicólogo escolar e que, durante sua formação, ele tem a possibilidade de aprender sobre o desenvolvimento humano, relações interpessoais e mecanismos/processos de aprendizagem de modo mais aprofundado. Assim, a cada dia, sua atuação vem sendo melhor compreendida a ponto de se aproximar do objetivo principal de tornar mais agradáveis as relações no ambiente escolar e até contribuir de várias maneiras para os processos de ensino e aprendizagem com os demais profissionais envolvidos em atividades educacionais (diretores, coordenadores, professores, orientadores, grupos de apoio) e com os pais e responsáveis dos alunos oferecendo-lhes suporte para melhorias nos processos de ensino e de aprendizagem. Mais é só isto? Como dissemos, o leque de possibilidades tem aumentado e proporcionado, por exemplo, que o psicólogo atue nos segmentos do sistema educacional, realizando diagnósticos e intervenções preventivas ou corretivas, em grupos ou de forma individual; melhorando o desempenho escolar, a motivação e o engajamento de alunos; realizando avaliações psicológicas e acadêmicas; monitorando o progresso dos alunos; diminuindo os encaminhamentos inadequados para a educação especial; avaliando as necessidades emocionais e comportamentais de estudantes; promovendo a resolução de problemas e conflitos; prevenindo o bullying e outras formas de violência; avaliando o clima da escola, melhorando a conectividade na escola entre equipe escolar, alunos e família; ajudando as famílias a entender as necessidades de aprendizagem e saúde de seus filhos e tantas outras formas de avaliar as relações entre a escola, a família, os professores e os próprios alunos tornando a Educação e a instituição de ensino algo mais atraente e, principalmente, eficaz para todos.