Dizem que não se deve rir da desgraça alheia. Exceção feita somente
quando "os desgraçados", contribuíram, de alguma forma, para acabar com
sonhos, direitos e, alguns, até mesmo desviar (com todos os seus
sinônimos) dinheiro público de milhões e milhões de pessoas. Como
aqueles parlamentares que, sem conseguir a reeleição, ficam sem foro
privilegiado daqui a alguns meses (pra ser mais preciso, a partir de
fevereiro de 2019) e aí, como têm viralizado algumas memes, "titio Moro
os espera de braços abertos". É o caso, por exemplo, dos senadores,
Eunício Oliveira (MDB-CE), atual presidente e de seus colegas de partido
e, tudo indica, de maracutaias, Romero Jucá, Edson Lobão e Valdir Raupp
(Renan Calheiros e Jader Barbalho conseguiram escapar, pelo menos por
enquanto) além dos deputados André Moura, líder do governo no Congresso e
até do Cabo Daciolo - aquele 'engraçadinho' que jurava, com a Bíblia
debaixo do braço, vencer as eleições presidenciais - que, além de não se
reelegerem, terão de se defender, como qualquer outro 'mortal', das
acusações criminais que pesam sobre suas cabeças (obviamente, sem
nenhuma culpa) no Supremo Tribunal Federal (STF) e outras instâncias,
alguns, inclusive, se condenados, podendo fazer companhia a outros
ex-políticos por crimes relacionados à Lava Jato. Entretanto, não são só
eles não. Tem muito mais 'figurões' integrando as mais diversas listas
de crimes cometidos contra a população brasileira. Fala-se em 70
congressistas nesta situação que, sem mais a aberração do tal de foro
privilegiado, podem cair nas garras da graça da Justiça. Vamos fazer o
que nos cabe, neste momento, que é continuar votando contra corruptos e
torcer para que o ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no
Supremo, envie ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara da Justiça Federal em
Curitiba, os processos envolvendo parlamentares que ficarem sem foro
privilegiado. Mas não nos esqueçamos do mais importante deles,
presidente Michel Temer, do "quadrilhão" do MDB, que a partir de
janeiro, sem foro especial, também poderá cair em desgraça ao enfrentar
uma nova realidade jurídica que inclui, pelo menos, quatro processos em
diferentes tribunais pelo País. E como uma desgraça nunca vem sozinha...