quinta-feira, 6 de agosto de 2009
DIA DO FICO
O presidente do Senado, José Sarney, discursou, explanou, se emocionou, se confundiu. E não me convenceu. Durante os 48 minutos em que se defendeu das denúncias protocoladas contra ele no Conselho de Ética,- Conselho este que já rejeitou quatro das 11 apresentadas -, procurou passar a imagem de estar sendo vítima de perseguição política e uma possível opinião publicada, orquestrada por alguns veículos de comunicação. Tentando se apoiar no tripé de sua biografia de político quase perfeito e destemido, homem de vida ilibada e de hábitos simples, Sarney cometeu vários deslizes, como dizer que não conhecia/contratava pessoas que, de fato, conhecia (nepotismo cruzado), insinuar que gravações da Polícia Federal poderiam ter sido montadas (nomeação do namorado da neta e Operação Navalha), que seu neto nunca teve relação alguma com o Senado (crédito consignado), não tinha responsabilidade sobre a Fundação Sarney, acusada de desviar dinheiro da Petrobras e tantos outros. Parece que o discurso serviu, apenas, para aplacar um pouco os ânimos, o que não representa o fim da crise e que Sarney continuará à frente do Senado, como pretende.