Não podia ser diferente. A votação pela admissibilidade dos processos contra o presidente do Senado, José Sarney, no Conselho de Ética, não podia dar outro resultado. Os senadores de oposição mantiveram a coerência e votaram SIM ( que daria ao presidente o direito de defesa) e os da base governista votaram em bloco pelo NÃO. Entre eles estavam os representantes do PT que, após insinuarem se rebelar às ordens do Planalto, resolveram - e votaram - por mais um ato de pura submissão. Este gesto levou o senador Demóstenes Torres a afirmar que "o Partido dos Trabalhadores deixou de ser dialético para ser duolético". Tudo isto confirma que na hora de se preservar os interesses supostamente particulares são todos farinha do mesmo saco.
Em tempo: o Conselho de Ética é presidido pelo suplente de suplente Paulo Duque, mesmo partido de Sarney, que durante a reunião do Conselho chamava seus colegas de deputados, mostrando estar mais perdido do que cego em tiroteio.