sexta-feira, 11 de junho de 2010

O PRESIDENTE (DEVERIA) RESPONDE (R)

As perguntas que não querem calar. O quê o PMDB e o PT têm em comum quando o assunto refere-se à emenda que redistribui os recursos da exploração de petróleo no mar, inclusive fora do pré-sal, através de royalties, para todos os municípios brasileiros? Será mera coincidência os presidentes da Câmara e do Senado Federal, onde ela foi aprovada com certa facilidade, serem presididas por caciques peemedebistas, mesmo partido de Ibsen Pinheiro e Pedro Simon, autores de emendas nas duas Casas? O mesmo se aplica ao Rio de Janeiro e ao Espírito Santo, os dois estados mais prejudicados, caso o projeto seja sancionado, que são governados por Sérgio Cabral e Paulo Hartung, ambos do PMDB, principal partido aliado do governo? E por quê Romero Jucá e Renan Calheiros, líderes do PMDB no Senado e Vacarezza, na Câmara, não conseguiram atender o presidente Lula e deixar a votação para após as eleições, frustrando, supostamente, a estratégia traçada pelo próprio governo? Será que o PT e os partidos da base aliada pensam, de fato, em não prejudicar os estados e municípios produtores, compensando-os pelas eventuais perdas ou querem aproveitar o período eleitoral para vender a ideia de que os cofres de todos os municípios brasileiros vão ficar abarrotados de dinheiro oriundo do mar? E a principal: se Lula, com todo índice de popularidade e apoio político que tem, parece rejeitar a emenda, por quê estão conseguindo tungar a indenização paga aos estados produtores, prevista na Constituição do país, com tanta facilidade? Ou será que o PT e o PMDB conspiraram juntos uma traição aos estados do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, enganando ou, inclusive, quebrando possíveis acordos com seus governadores? Ou tudo não passou de um sonho que, agora, por um ato fratricida, conquistado, literalmente, da noite para o dia, pode se tornar o maior pesadelo para milhões de cidadãos.