sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

VALORIZAÇÃO DA CLASSE

A grande maioria dos brasileiros trabalha a vida inteira, não consegue um salário digno e, no final, ainda é obrigada a se contentar com o que a classe política estabelece como sendo um reajuste anual, geralmente, sofrido e vergonhoso, cujo índice percentual eles sempre têm a desfaçatez de dizer que é suficiente para 'melhorar a cesta básica e dar mais cidadania às famílias'. Esta mesma classe política, também em sua maioria, sempre ganha as eleições dizendo que vai fazer pelo trabalhador, vai lutar por um salário melhor, mas, no final, só pensa em si mesmo, votando, sim, por salários melhores. Para eles e os seus. Isto pode ser visto, novamente, na sessão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), desta semana, quando foram aprovados os subsídios mensais do governador, seu vice e dos secretários de estado para 2012. O chefe do Poder Executivo, que atualmente recebe R$ 17,2 mil, passará a receber R$18,3 mil. Já os secretários e o vice-governador terão seus salários reajustados de R$12,9 mil para R$16,4 mil. Em uma economia estável, como o próprio governo gosta de dizer, não se justificam aumentos tão expressivos como o do Rio, tampouco a da Câmara dos Deputados que quer aprovar um para salários dos funcionários da Casa, criação de novos cargos e aumento da verba de gabinete dos deputados. O custo estimado desta despesa extra é de R$ 386 milhões por ano. Mas a coisa não para por aí: a 'Casa do Povo' ainda propõe o aumento da verba de gabinete, que é atualmente de R$ 60 mil. O valor pode chegar a R$ 90 mil e o objetivo é reajustar os salários dos assessores pessoais dos deputados. Depois de tanto disparate, resta à população votar, ano que vem, nessa turma para prefeito, mas, antes, aguardar, pacientemente, as discussões acaloradas sobre o salário mínimo que deve continuar bem próximo a um índice rídículo e irrisório para a maioria dos brasileiros.