sábado, 9 de março de 2013

CINDERELA E OS ROYALTIES

A batalha dos royalties, pelo que se tem assistido, poderá não encerrar com um final feliz digno das histórias contadas por nossas avós. Estados e municípios produtores, por exemplo, com a decisão do Congresso Nacional que derrubou o veto da presidente Dilma Rousseff, longe de ser a fada madrinha, sofrerão mais do que a Cinderela quando à meia noite ( mesmo horário do fim da sessão daquela memorável madrugada de quinta-feira) viu todo o sonho de princesa ir pro brejo, levando os belos vestidos, seus amigos pássaros, ratinhos e esquilos e a linda carruagem voltando a ser abóbora. A parte do sapato deixado por ela no salão e o surgimento do príncipe podem não se repetir e os recursos vindos do mar ficarem, apenas, no imaginário. E na vontade daqueles que iam fazer isto ou aquilo com os bilhões de reais, minguados até 2020, mas se esqueceram de fazê-lo e que tudo não era um simples conto da carochinha. Aí, num cenário futurista, quase de ficção, os produtores fecharão as portas deixando contadores de histórias e cidadãos com a boca aberta, caso os editores ( ministros do Supremo Tribunal Federal - STF ) deem parecer favorável à votação. Quem sabe, reunidos num sarau, à luz de velas e lampiões - a energia foi cortada por falta de pagamento - personagens daqueles registros do passado de milionárias indenizações pela participação especial dos royalties possam falar da glória e inspirar o surgimento de outras fontes que não sejam finitas como o petróleo da Bacia de Campos? Afinal, para uma história feliz, basta ter imaginação. Muita imaginação.