Independente da saída ou não do senador Renan Calheiros ( hoje chamado de
Réunan) e da chance do presidente Temer em convencê-lo a renunciar, a vitória
das ruas no sentido de manifestar seu repúdio à corrupção, à boa parte de um
Congresso viciado e pouco producente, tem sido muito expressiva. Hercúlea,
mesmo, quase comparável a de Davi sobre Golias. Não que o povo não seja soberano
e o mais forte, mas é que havia um corporativismo e uma oniciência tão grande,
por parte de senadores e deputados que não entendem o poder efêmero e a força do
voto que os faz entrar e sair, que o complexo de Vira-Latas predominava. Agora,
essa coisa parece começar a mudar. Os três poderes, a merecer caixa baixa até
que se regenerem pelos muitos erros cometidos, começam a se render e reverenciar
seus verdadeiros 'chefes', 'patrões' ou qualquer outro nome que signifique a
vontade de uma maioria que não aguenta mais tanta corrupção, tanta roubalheira e
tanta diferença pels graves problemas enfrentados por ela. Se Lula pode ser
preso a qualquer momento, Dilma sofreu o impeachment, com Temer podendo ser
condenado e receber o mesmo tratamento, se Renan vai acatar a liminar do
ministro do STF e ficar de fora da presidência do Senado e se Maia sair da linha
de sucessão, isto se deve, primeiramente, pelo amadurecimento e coragem da
população que resolveu 'colocar a cara na reta' e exigir aquilo que é seu, ou
seja, o País e tudo que ele pode lhe devolver através da maior carga tributária
do planeta não revertida, nem de longe, em serviços públicos de qualidade.
Méritos, também, para boa parte da Justiça que, igualmente, passou a ocupar sua
parcela de responsabilidade como Quarto Poder ( este em caixa alta pelo que vêm
fazendo o juiz Sérgio Moro, o MPF e outros bravos idealistas e cumpridores com o
dever), capaz de atender à demanda de milhões de brasileiros e brasileiras que
querem, apenas, o que é seu e o fim de tanta indiferença, descalabro e ladroagem
por parte das instituições.