segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

DESCRENÇA NOS PARTIDOS

Não há muito exagero quando se diz que partido político é tudo igual. Tudo farinha do mesmo saco, em se tratando, principalmente, de negociatas, corporativismo, conceder legenda, legalizar candidaturas e, óbvio, deixar a população em segundo plano. Isto sendo bastante otimista, uma vez que o primeiro é, sempre, ele mesmo, e seus 'caciques' (a grande maioria dos filiados não serve pra nada, além de fazer número), a chance de se aproximarem do governo e se beneficiarem das ofertas à disposição para quem condiciona seus votos à base do escambo, portanto, sem qualquer conotação ideológica. Depois vêm as coligações - em nome da tal da governabilidade - e outros projetos criados para atingir seu objetivo maior: o poder político e o econômico (não necessariamente nesta ordem, assim como a roubalheira desvairada). Uma pena ter de chegar a esta conclusão, como fazem milhares de vozes nas ruas (levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) demonstra que nada menos de 94% dos entrevistados encaram os partidos com desconfiança), cientistas políticos e articulistas especializados, cujo limite por tanta ineficiência e desvios chegou ao fim ou está prestes a. Mas é desnecessário e até impossível acabar com eles já que o Artigo 1º, Parágrafo Único da CF diz que ‘’Todo poder emana do povo que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição’’e que, sob o ponto de vista jurídico, determina, ainda, que o Brasil terá uma democracia representativa, cabendo ao povo exercer sua soberania ao escolher seus representantes e, em alguns casos, decidir de forma direta sobre os rumos da produção legislativa e da formulação e execução das políticas públicas. Claro que o problema não são os partidos, as meras (falei MERAS) siglas e, sim, a desvirtuação quanto à utilidade, propósitos e méritos feita por uma maioria de maus políticos pois, numa análise idealista e bastante utópica, por estas bandas,  partidos são - ou foram - uma espécie de corpo de pessoas unidas para promover o interesse nacional. Uma reunião de homens que professam a mesma doutrina política e a união de pessoas, da sociedade, a formação de grupos com ideais políticos semelhantes, organizados, que visam participar da vida política, dando forma e eficácia a um determinado poder, como conceituava Max Weber e outros tantos pensadores (utilizar os verbos na 3ª pessoa do plural do futuro do pretérito do indicativo). Exatamente, como não fazem os 'donos' dos 35 existentes no País, hoje, sendo este o principal motivo para que o povo brasileiro não se sinta representado por eles e exija até o cancelamento do registro de muitos, aliás, como prevê a lei. Radicalismo? Está em questão o direito de os partidos existirem? Com certeza, apenas uma análise realista do que vem acontecendo no Brasil onde os partidos, transformados em siglas de aluguel e de trocas, jogam no lixo seus estatutos e ideologias, perdem suas essências, deixando-se conduzir pelas tentações do poder e das conveniências pessoais em detrimento do desenvolvimento e progresso do povo. E a proposta para que os eleitores pressionem mais para a aprovação de uma reforma que redirecione a política para os interesses do bem comum, com ênfase em legendas programáticas e representativas.