quinta-feira, 22 de março de 2018

MAL DO SÉCULO

Tem gente que ainda duvida, mas, há muito, fazemos parte do grupo que defende que o estresse pode ser contagioso, isto é, o estado emocional pode ser transmitido para pessoas perfeitamente calmas (se é que, no mundo de hoje, existe alguém assim). O estresse atinge cerca de 90% da população do planeta e é conhecido como o causador de muitos problemas físicos e hormonais nas pessoas. Só para se ter uma pequena ideia, a lista de problemas que podem surgir em função do estresse é imensa. Alguns deles são alergias, transtorno obsessivo compulsivo (TOC), transtorno de pânico, infecções causadas por baixa imunidade, depressão, asma, bronquite, contração muscular crônica, enxaqueca, gastrite, obesidade e até alguns tipos de câncer. Quando estressado, você pode ficar com dor de cabeça, dor no estômago e até enjoado, com ânsia. No entanto, poucas pessoas sabem que o estresse também pode causar mais estresse, só que em outras pessoas. Segundo pesquisa de neurocientistas da University of Calgary, do Canadá, publicada na revista Science Daily, o estresse é, de certa forma, contagioso e pode passar de uma pessoa muito irritada para outra completamente relaxada. A experiência foi feita com camundongos e um fato observado pelos cientistas é que os que não estavam expostos a um estresse real apresentaram mudanças no cérebro idênticas aos camundongos estressados. Por mais que a pesquisa tenha sido feita em uma população de ratinhos, o professor Jaideep Bains sugere que as descobertas podem estar presentes também em seres humanos. “Nós, prontamente, comunicamos o estresse às outras pessoas, às vezes sem nem sequer sabê-lo. Existe ainda a evidência de que alguns sintomas de estresse podem persistir em familiares e entes queridos de indivíduos que sofrem de transtorno de estresse pós-traumático. Por outro lado, a capacidade de sentir o estado emocional de outro é uma parte fundamental da criação e construção de vínculos sociais”, afirma o professor. Mesmo o estresse não sendo ainda, oficialmente, considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS), qualquer pessoa de bom senso - ligada ou não à medicina tradicional - percebe diferenças e sintomas naqueles que vêm sofrendo do mal do século 21.