quarta-feira, 3 de junho de 2020

BOCAS MALDITAS

Durante a campanha, o presidente Bolsonaro prometia, entre outras coisas, acabar com a corrupção - pelo menos em seu governo - e que não permitiria mais a velha prática politica do toma lá, dá cá. Dizia que armaria a população pois, assim, ela não seria " escravizada"  e colocaria o Brasil no topo da economia mundial porque o país possui as maiores reservas de nióbio (cerca de 96%), um dos metais mais interessantes para o futuro da humanidade devido às suas características únicas pela importância para os veículos espaciais, nas turbinas dos aviões ou na criação das mais resistentes ligas de aço, por exemplo, assunto que fica a cada dia mais claro que desconhece. Dizia, também, que "montaria um superministério, composto de mentes brilhantes e pessoal técnico altamente qualificado para tocar as questões nacionais com propriedade, a começar pela Economia tendo à frente um posto Ipiranga. Faria as reformas que o Brasil tanto precisava e que as chances disso tudo não ocorrer " eram zero", aliás, uma de suas falas prediletas. Sem esquecer da outra bravata " Brasil acima de tudo". Só que, quase um ano e meio depois de assumir, Bolsonaro, até onde se consegue enxergar, não está atolado em esquemas de corrupção (honestidade é obrigação), mas não conseguiu colocar em prática nada do que falou, exceto a aprovação de uma Reforma da Previdência controversa, cheia de imperfeições e brechas judiciais, bem longe de representar a prometida conquista e justiça social por não mexer com muitos dos privilégios existentes e mantidos pelos Três Poderes, maiores interessados em manter o Brasil como país de pobres e miseráveis. Tem-se, à frente da maioria dos ministérios, loucos destemperados que só aumentam as tensões internacionais ou generais cujas atribuições estão longe das previstas no artigo 87 da Constituição Federal. Sem entrar no mérito, continuamos à mercê dos criminosos que, alta e belicamente armados, decidem se vivemos ou não. O tal do nióbio, está mais pro caviar da música que diz:"nunca vi, nem comi, eu só ouço falar". Nacionalização com a Pátria erguida e respeitada? Nem pensar, basta ver bandeiras americanas desfraldadas nas manifestações de Brasília e o que Donald Trump vem fazendo com o "país amigo", colocando-o de joelhos, impedindo seus cidadãos de entrarem lá ( a lei brasileira facilita ao máximo a entrada dos americanos) por serem considerados perigosos pela alta contaminação da Covid-19 e incapacidade demonstrada pelo Brasil de controlar o temido vírus. O que não deixa de ser verdade, haja vista o número de mortos e/ou infectados, pelas mudanças no Ministério da Saúde, em plena pandemia, que hoje é comandado por generais com estrelas mas sem nenhuma medalha adquirida por reputação advinda de especialidades médico-científicas. Finalmente, não menos importante, está a compra de partidos e parlamentares, através de cargos em escalões ditos inferiores, cujos bilhões e bilhões servem muito mais para eles se servirem do que libertar o Brasil e o povo presos a uma velha política bem longe de acabar um dia.