quarta-feira, 24 de junho de 2020

DEVAGAR COM O ANDOR

São muitas as diferenças entre a Gripe Espanhola (influenza), que durou de janeiro de 1918 a dezembro de 1920, infectou uma estimativa de 500 milhões de pessoas, matou algo em torno de 17 e 50 milhões (possivelmente até 100 milhões, haja vista todas as dificuldades de contabilizar e registrar à época) e a Covid-19 - cem anos depois - que, até o momento, infectou, em apenas cinco meses, 9.238.000 e já levou 477.000 vidas, números que representam bem o cenário de caos e horror vivido. Pra começar, a população era bem menor, os recursos financeiros, científicos e tecnológicos também e, claro, não havia nada parecido com as redes de informação existentes hoje. Entretanto, não se pode pensar só nas diferenças. Há de se levar em consideração algumas possibilidades como as ondas de contaminação (no século passado foram três), com a segunda matando o triplo de pessoas a partir da amenização quando os estabelecimentos foram liberados, as pessoas saíram enlouquecidas às ruas, às compras, etc. E é aí que devemos, todos, poder público, privado, cada qual com ações individuais e coletivas, não nos considerarmos acima do bem e do mal, tampouco, super-heróis capazes de encararmos o coronavírus como uma simples "gripezinha". É preciso levar em conta o que ensinam e demonstram os cientistas, os pesquisadores, historiadores e o que determinam os profissionais de saúde, estes, sim, a verdadeira linha de frente no enfrentamento a esta grave pandemia, bem diferente da "Espanhola", mas tão letal quanto.