terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

EM TEMPO

Não sei se por coincidência ou não, justamente por estarmos em ano eleitoral, começam a surgir bons exemplos no caminho da moralização do país. No campo político, a prisão do governador Arruda e a renúncia de seu vice, Paulo Octávio. No Judiciário, a aposentadoria compulsória de três desembargadores e sete juízes de Mato Grosso que, apesar das benesses, são retirados da vida pública. Para uma sociedade que cambaleia com as desigualdades sociais e não encontra na política respaldo ético capaz de acabar com a corrupção que nos assola, estes três episódios, mesmo isolados e raríssimos, funcionam como um bálsamo para as feridas produzidas pela imunidade e impunidade criadas por legislações que privilegiam a inversão de valores. Resta, agora, o Congresso Nacional alterar o que há de errado, aprovando, por exemplo, o anteprojeto que propõe mudanças no Código de Processo Civil que degola recursos judiciais para acelerar a Justiça. Tudo isto, somado à responsabilidade que cada um de nós tem, resguardando todos os valores morais e fazendo prevalecer a integridade a qualquer custo, trará como resultado um país onde a corrupção deixe de ser natural como há muito vem acontecendo. E a nos envergonhar.