sábado, 24 de julho de 2010

JECA TATU

Não sei porquê as palavras do ator Sylvester Stallone causaram tanta comoção. Por mais que tentemos, o "complexo de vira-lata" - expressão criada pelo dramaturgo Nélson Rodrigues sobre o sentimento de inferioridade dos brasileiros- ainda é uma triste realidade que pode ter levado os atores Stallone e Robin Williams e o personagem Simpson, só para citar alguns, a fazerem comentários infelizes questionando a seriedade de nosso país e sua auto-estima. O Brasil sempre aspirou ser levado a sério, mas ainda é visto mais por seu futebol, pela combinação sexo, drogas e rock'n roll, suas belezas naturais e, especialmente, pelo excesso de violência e corrupção. O brasileiro está muito longe de ser reconhecido como primeiro-mundo, pois contenta-se com pouco, senti-se satisfeito quando recebe alguma atenção por parte das autoridades e, em termos de "exportação", ainda é sinônimo de garçom, peão de construção civil ou jogador de futebol. Quanto aos escândalos políticos, cada vez mais frequentes, e os altos índices de criminalidade em todos os níveis, o mundo parece não levar muito a sério o esforço do governo e prefere atribuir à própria sociedade a culpa maior, por sua passividade em escolher maus candidatos os quais deverão manter o mais execrável motivo para a baixa auto-estima: a falta de capacidade de pensar, refletir e discutir ideias com outros dispostos a fazer isso. Enquanto isso, a satirização do cinema americano to be continued.