sexta-feira, 8 de abril de 2011
CRIME DE REALENGO
A chacina cometida, ontem, no Rio, contra 12 crianças, mostra o descontrole de um ser humano e até onde isto pode levá-lo. Mostra, também, que quando isto acontece não se pode culpar, exclusivamente, os governos quando falham em seus sistemas de segurança, a internet utilizada de maneira indevida, a facilidade com que armas e munições são adquiridas, a falta de apoio da família e de religiosidade, o bullying ou qualquer outra causa que tenha resultado no "Crime de Realengo", maior barbaridade do gênero na história deste país. O comportamento fronteiriço, possível transtorno de personalidade de Wellington e sua atitude extrema podem estar relacionados - e ter sido facilitados - por tudo isto e cada instituição, dentro de suas atribuições e possibilidades, deve procurar minimizar os impactos que a doença mental pode gerar e sempre imaginar que qualquer um é capaz de qualquer coisa. Apesar da grande dor que enlutou o mundo, principalmente por ter acontecido com crianças dentro de uma sala onde se procura educar e conduzir a um mundo melhor, não se pode esquecer que trata-se de um típico distúrbio comportamental e que isto requer tratamento e atenção especial. Talvez, não estejamos dando muita importância à necessidade de se reavaliar alguns valores, às práticas terapêuticas que muitas vezes insistem em modelos ortodoxos, ao preparo adequado de educadores na identificação de distúrbios comportamentais e ao papel das famílias no auxílio à regeneração ou controle do indivíduo quando este demonstra qualquer tipo de insanidade moral ou atitude que contrarie os padrões de normalidade. E isto pode acarretar catástrofes cada vez maiores.