sexta-feira, 23 de novembro de 2012

MINHA DOCE MÃEZINHA

O que mais me impressionou na posse do ministro Joaquim Benedito Barbosa como presidente do Supremo Tribunal Federal não foi o fato de ser o primeiro negro de sua história. Também não foram os discursos proferidos por autoridades, o mutismo de Dilma, nem a apresentação de seu currículo traçando a trajetória humilde desde quando trabalhou como faxineiro, a formação acadêmica, as várias pós, os grandes empregos, o multilinguismo culminando naquele histórico dia. O que mais me sensibilizou foi ver o combativo juiz, implacável, defensor da coisa pública, capaz de quebrar paradigmas - como parece que faz desde o nascimento - e de brigas hercúleas, se referir, emotiva e serenamente, a Dona Benedita como 'minha mãezinha querida'. Isto, para mim, mostrou a origem de tudo. Não da difícil caminhada empreendida por Joaquim Benedito Barbosa, tampouco a cor da pele justificando o posto mais elevado de um dos poderes da República, afinal chegou lá por merecimento. E sim a educação dada por aquela digna e orgulhosa senhora que, da primeira fila de um Tribunal, como mãe do maior homenageado da tarde, deve ter visto passar um grande e belo filme sobre a vida da família e, em particular, do filho mais ilustre. Que chegou lá, por méritos da 'doce mãezinha' e dele mesmo.