quarta-feira, 30 de agosto de 2017

RABO ABANANDO CACHORRO

O Brasil vem subvertendo todas as ordens e não é de hoje. Vivemos uma autêntica inversão, sobretudo de valores, onde a lógica do cachorro abanar o rabo tem sido deixada de lado quando a arrogância, o corporativismo, a impunidade, a imunidade e os muitos privilégios e demais interesses de uma minoria prevalecem, ou seja, a coisa é o exato oposto de como deveria ser. Do que espera a maioria que exige um mínimo de zelo com o dinheiro público, bem como transparência e vergonha na cara, diferente da 'surubacracia' praticada por gente que conseguiu institucionalizar a corrupção em todos os níveis, instâncias e em todos os lugares. O provérbio ganhou força e notoriedade nos últimos dias quando o ministro do STF, Gilmar Mendes, também conhecido por seus pares na mais alta corte do País como "O Poderoso", ironizou o juiz federal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, por decisões referentes à nova prisão do empresário de ônibus, Jacob Barata Filho, o qual ele havia concedido habeas corpus. Sem querer entrar só no mérito da relação estreita entre o ministro e os acusados, já que Gilmar Mendes - também conhecido nas ruas como "Beicinho", "Padrinho", etc-, foi, com sua esposa Guiomar Mendes (nada menos que tia do noivo e advogada no escritório que defende os investigados pela Operação Ponto Final, desdobramento da Lava Jato no Rio), padrinho de casamento da filha de Barata, o que, por si só, deveria ser motivo de ser considerado suspeito de julgar e interferir no caso, a maneira como Gilmar Mendes vem procedendo neste e em tantos outros fatos ligados à escala desenfreada de corrupção e de 'rabos abanando cachorros como, por exemplo, os políticos Michel Temer, Aécio Neves e o ex-governador do Mato Grosso, Sinval Barbosa, empresário Eike Batista, banqueiro Daniel Dantas, médico estuprador Roger Abdelmassih e tantos outros que Gilmar Mendes, de uma forma ou e outra, com ou sem erro de avaliação, má fé deliberada ou coisa que o valha, libertou, mostra que algo já deveria ter sido feito para moralizar todos os poderes. A começar pelo próprio Judiciário, acatando o impeachment de quem comete supressão de instância, atropela julgamento, protege ricos e poderosos, concede habeas corpus a torto e a direito e ainda ri na cara da opinião pública. Como fazem pessoas que ainda acreditam numa Justiça para Tolos.