quarta-feira, 16 de agosto de 2017

POLITEIA ÀS AVESSAS

Ninguém mais duvida: o Brasil tem um dos Congressos mais inchados, corporativos, cheios de privilégios, incompatíveis com nossa realidade e corruptos do mundo. E algo tem de ser feito, urgentemente, para acabar com tal imoralidade (reformas politiqueiras e falsas mudanças nos códigos não valem), sob o risco de as futuras gerações acharem que aquilo, feito por aquela classe de desqualificados, é o modelo certo de se lidar com a coisa pública. São 513 deputados e 81 senadores (sem falar nos demais ditos representantes que costumam seguir o mesmo descaminho), todos, devidamente, cercados de um grande aparato, a produzir pouquíssimo, ou quase nada, para a população e muito, muitíssimo, geralmente, só, para si próprios. Sem falar dos vários processos na Justiça motivados por variados motivos. Vão da compra de votos (algo quase normal, dizem eles, na luta pela "conquista do eleitor") e enriquecimento ilícito, passando por agressões, estelionatos, até denúncias de assassinatos, corrupção ativa, passiva que só podem ser julgadas pelo Supremo porque deputados federais e senadores, bem como, ministros de Estado, presidente e vice-presidente, possuem "foro especial por prerrogativa de função", o chamado foro privilegiado, também conhecido como aberração, injustiça, anormalidade, etc. O quadro é uma vitrine do esfacelamento da classe política brasileira, mais evidente e transparente, agora, com as revelações da Operação Lava Jato, investigação sobre o amplo esquema de corrupção que perdurou no país por décadas, desde a redemocratização, envolvendo entes privados e o poder público e a vigília feita pelos veículos de comunicação, com a devida divulgação nas redes sociais, ambas contribuindo para que se exija uma mudança radical na forma de conduzirem os destinos da população. E um dos caminhos, até que aconteça uma verdadeira reforma - no sentido de renovação, mudança, até regeneração-, é o eleitor continuar se manifestando através do aumento crescente de abstenções, votos nulos e brancos, não aconselhável se vivêssemos numa democracia ampla e gozando de plenos direitos, ou escolhendo melhor quem possa representá-los de verdade. Sem mentir, roubar, corromper, ser corrompido, se cumpliciar com quem destrói a educação, segurança, saúde, previdência e o sonho de ter um país mais justo.