quarta-feira, 9 de agosto de 2017

VELHOS DISCURSOS

Apesar de a Justiça considerar extemporânea a propaganda e as campanhas eleitorais fora do prazo legal, os chamados pré-candidatos já estão 'com os pés na estrada' (nos jatinhos, nos palácios, no Congresso, nas prefeituras, nas câmaras ou qualquer outros espaços que sugiram apoios e negociatas também). E com todas as vênias e melancias penduradas no pescoço, ocupando, sempre que podem, a mídia, as redes sociais, todos os demais espaços disponibilizados com ou sem o consentimento da lei. É o caso de Lula da Silva Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes, Henrique Meirelles, Geraldo Alckmin, João Dória( en dónde estás, Aécio Neves?), Rodrigo Maia e outros mais discretos à procura de um lugar no cada vez mais seleto mundo partidário (que ninguém se esqueça das reformas políticas que incluem a lista fechada) e à caça de futuros cabos eleitorais que os ajudem a chegar lá, num segundo turno ou a qualquer outro lugar que renda bons frutos. Muitos consideram as pré-candidaturas precipitadas, uma vez que vive-se um período de muitas indefinições e estamos há quase um ano do início das campanhas, podendo ser muito cedo para se começar a gastar munição. Só que vivemos num País de eleições de dois em dois anos, cuja política se faz já no dia seguinte ao anúncio dos resultados e há uma forte rejeição pela classe política motivada pela onda de corrupção o que pode estar provocando tantos nomes sendo lançados tão cedo no grande balão de ensaio dos principais partidos políticos para ver o que decola ou não. No caso, se seus candidatos colam e conseguem alcançar lugar de destaque num cenário onde tem sido cada vez maior o número de manifestações de repúdio com destaque para as abstenções e os votos brancos e nulos. Mesmo assim, parecendo pouco se importar com o que prevê a legislação eleitoral ao proibir, por exemplo, vídeos que façam menção expressa a eventuais candidaturas, por causar desequilíbrio na campanha e ferir a igualdade de oportunidade dos candidatos, Lula e Bolsonaro estão entre os mais 'saidinhos' uma vez que tem se tornado comum ver os dois serem postados como pule de dez em 2018 e os "melhores nomes para acabar com a corrupção e com o desperdício, derrubar as taxas de juros, aumentar os empregos, melhorar os serviços públicos, diminuir a carga tributária, elevar o moral do povo", enfim, "realizar o sonho de todos os brasileiros, de norte a sul, que não aguentam tanto sofrimento". Pelo menos nos discursos e nas promessas que ambos sabem serem impossíveis de alcançar pois o Brasil, a depender da política e da corrupção praticadas pela maioria, está bem longe de se assemelhar a um admirável mundo novo.