sábado, 23 de maio de 2009

DESQUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL

A exemplo dos sem-terra, sem-teto, sem-trabalho e até dos sem-vergonha, existe, no Brasil, uma outra categoria com muitos adeptos. São os desqualificados - no bom sentido - que, sem muita oportunidade, fazem parte daquele grupo de trabalhadores sem educação profissional, que engloba os cursos voltados para a formação e aperfeiçoamento de trabalhadores e deixa muito a desejar, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada pelo IBGE. Segundo o levantamento, da população economicamente ativa, 72,4% afirmaram nunca terem frequentado uma sala de aula desta modalidade de ensino. Em números absolutos, havia, em 2007, 71,5 milhões de pessoas nesta condição. Entre os desempregados, havia 5,3 milhões de pessoas que nunca passaram por um curso de educação profissional (66,4%). Os números mostram ainda que o poder público tem a menor parcela de contribuição nesta modalidade de ensino. Apenas 22,4% do total de alunos de educação profissional estavam matriculados em instituições públicas. Instituições consideradas na amostra de ensino particular (ONGs, escolas privadas, sindicatos, etc) ficaram com 53,1%. Já as vinculadas ao Sistema "S" (Sesi, Senac, Sebrae, entre outros) ficaram com 20,6%. Entre os cursos de qualificação profissional, também conhecidos como cursos livres, pois em muitos casos não exigem escolarização prévia, a informática apareceu no topo, com 41,7% dos matriculados. Em seguida, estão as áreas de comércio e gestão (14%) e indústria e manutenção (11,2%). Como se vê, a coisa tá feia e a pesquisa deixa claro que o corporativismo e o apadrinhamento vão continuar sendo regra.