quinta-feira, 14 de maio de 2009

EU? NUNCA.


A maioria das pessoas é inflexível: elas nunca fariam. Nunca. Nunca infligiriam dor deliberadamente em outra pessoa, apenas para obter informações. Nunca inflariam artificialmente o valor de algum bem financeiro, simplesmente para obter vantagens sobre a ignorância de outros. E, certamente, nunca, nunca se tornariam um aproveitador e aceitariam uma ajuda financeira do governo. Elas falam apenas por si próprias, é claro. Quanto aos outros, bem, assista ao jornal: banqueiros duvidosos, políticos corruptos, interrogadores selvagens e aproveitadores estão por toda parte. “Lembro-me de achar que eu simplesmente era melhor que as outras pessoas, que eu nunca comprometeria meus princípios”, disse Jordan LaBouff, 25, estudante de graduação do Texas, recordando uma confrontação pública que ele e outros estudantes tiveram com administradores da universidade há muitos anos. “Bem, eles me deram este prêmio – a administração me deu – e eu jurei que nunca aceitaria nada deles. Mas obviamente lá estava eu, em cima do palco, aceitando-o.” Nos últimos anos, psicólogos sociais começaram a estudar o que chamam de efeito mais-sagrado-que-vós. Eles há muito sabem que as pessoas tendem a ser otimistas demais a respeito de suas próprias habilidades e sucessos – com o objetivo de superestimar sua colocação na sala de aula, sua disciplina, sua sinceridade. Todavia, essa propensão ao auto-orgulho pode ser ainda mais forte quando se trata de julgamento moral. Ela é capaz de influenciar fortemente no quanto as pessoas julgam as ações dos outros – e até mesmo as próprias ações. Cultura, crença religiosa e experiência ajudam a moldar o senso de postura moral de uma pessoa em relação aos outros, dizem os psicólogos. Novas pesquisas estão ajudando a esclarecer quando esses sentimentos de superioridade são úteis e quando são autodestrutivos.