sexta-feira, 10 de setembro de 2010

CHOQUE DE ORDEM

Tudo bem que em tempo de vacas magras, toda renda, extra ou não, é sempre bem-vinda. A facilidade maior por uma economia informal, sem vínculo empregatício e a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho vêm provocando a proliferação da classe de distribuidores de papéis(ltda) por todas as avenidas, ruas e vielas das cidades. E isto se intensifica, agora, durante as campanhas políticas, quando pequenos espaços, centímetros mesmo, são disputados quase a tapa por aqueles que ali estão divulgando nomes, fotos, números e, raramente, as propostas de "seus" candidatos. O que se observa é que são pessoas muito jovens, talvez estudantes matando aula ou idosas, presumidamente aposentadas, distribuindo santinhos, empunhando cartazes na tentativa de conquistar o voto do eleitor e o melhor da história, receber o seu no fim do dia ou da semana, chova ou faça sol. Apesar de cético em relação aos resultados práticos, pois não acredito que alguém seja eleito por simples papéis ou pela insistência das imagens produzidas por um bom fotoshop, admito que esta informalidade gere alguma receita para elas e não nos cabe reprimir pura e simplesmente. Mas, além das altas taxas de desemprego e analfabetismo negadas pelos governos e um possível trabalho infantil, outros aspectos negativos são a dificuldade de se transitar mais livremente pelas ruas, o despejo de toneladas de material e, em alguns casos, uma poluição que pouco acrescenta ao processo eleitoral e, aí, sim, faz-se necessário um verdadeiro choque de ordem a coibir excessos.