terça-feira, 7 de setembro de 2010

VEM AÍ O BOLSA-TELEFONE


Trabalhar para quê? Clarice é mãe de dois filhos. Desde que o governo federal de Lula assumiu o voto-assistencial, ela parou de limpar e arrumar casas na Zona Sul do Rio de Janeiro. Voltou com sua família para Natal, sua cidade de origem. Feliz com o dinheiro que recebe dos programas do governo, tais como bolsa-gás, bolsa-escola, bolsa-qualquer coisa, ela agora tem tempo para tomar cerveja na esquina de casa. A única conta que ainda não consegue pagar sem trabalhar é o telefone. Mas o queridão Lula ouviu as preces de Clarice e já disparou o pedido para a criação do Bolsa-telefone. O irmão Nildo é garagista de um prédio em São Paulo. Sem filhos, não tem direito ao bolsa-família. Nem mesmo ao gás. Assim como a irmã, ele quer voltar para o Rio Grande do Norte e já tem tudo planejado. Vai engravidar a mulher, que divide o pequeno cômodo em que moram numa comunidade de baixa renda e entrar com o pedido de bolsa do governo. É um super negócio! Em seguida, Nildo vai parar de trabalhar e tomar cerveja com a família no sol escaldante de Natal. Caro leitor, Clarice e Nildo são personagens criados por essa autora. Suas histórias, no entanto, são a representação do que vem acontecendo com parte do Brasil, desde que o Governo resolveu assumir seu paternalismo social. A Agência Estado acaba de divulgar que o governo federal vai criar um plano de telefonia popular vinculado ao programa Bolsa Família. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) já aprovou a ideia na reunião do Conselho Diretor. O projeto cria um plano de telefonia fixa, com preço reduzido, para os beneficiários que constam no cadastro de programas sociais do governo federal e do Bolsa Família. Inicialmente, os beneficiários irão pagar R$ 15, segundo a proposta que consta no documento a que a Agência Estado teve acesso. O valor, entretanto, ainda está em debate.

Por Renata Steidel (Opinião e Notícia)