segunda-feira, 13 de setembro de 2010

DOUTOR NULO

Tenho lido e ouvido por aí que, a cada campanha, cresce o número de pessoas pedindo votos para para um tal de Dr. Nulo. Certamente, o desencanto pela política brasileira e os sucessivos escândalos envolvendo detentores de cargos eletivos fazem parte da plataforma deste "senhor", cuja boa performance nas urnas propõe servir como uma espécie de alerta de que as coisas vão mal, além de deixar claro o repúdio da sociedade aos candidatos e suas propostas cada vez mais esdrúxulas, sem sentido e desacreditadas. Esta forma de se manifestar contrariedade, embora legítima, não é a mais recomendada, como também é perigoso o voto facultativo onde a cultura do clientelismo é muito forte. Apesar de os votos em branco e os nulos não valerem nada, nem serem somados para qualquer candidato, muitos entendem que representam falta de cidadania e até atrapalham o processo eleitoral, uma vez que mais de 50% deles provocam um novo pleito. Sob a ótica da ética e da moralidade, de quê cidadania estamos falando, se muitas vezes ajudamos a eleger pessoas que nem ao menos sabem quais são suas atribuições, se esquecem das promessas feitas e, o pior, cometem os mais variados tipos de desvios? Embora não vote no Dr. Nulo, nem peça votos para ele, acho que deve-se respeitar aqueles que vão à cabine e não votam em ninguém, pois, gostemos ou não, isto ainda é democrático.