quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

MOMENTO DE UNIÃO

Que ninguém se engane ou deixe enganar: a coisa tá mesmo difícil para a grande maioria da população. Até para as exceções, o negócio tá feio, sim, pois a verdade, a verdadeira, independente de alguns conceitos marxistas, vem doendo na carne e no bolso de todos. De alguma forma. Peguemos os municípios brasileiros produtores de petróleo, por exemplo, cuja arrecadações, outrora, excepcionais, caíram - e continuam caindo - vertiginosamente, endoidando seus agentes políticos, gestores e levando a população, além da queda na qualidade de vida e da autoestima, à especulações sobre o futuro dos royalties ( para se ter uma ideia, pagos todo mês a 87 dos 92 municípios fluminenses), escassos diante da igualmente vertiginosa baixa do preço internacional do produto, agravada pelos problemas com a Petrobras. Já não bastavam o aumento da oferta mundial de petróleo, resultando na queda do preço do barril (só deve subir em 2018), o “dumping” promovido para matar a concorrência do óleo e gás de xisto, a jogada estratégica para criar grande dificuldade econômica a países com forte concentração da receita do petróleo no total das exportações e o propinoduto - o chamado Petrolão - que azeitava (?) executivos de empreiteiras, altos funcionários, partidos e suas campanhas políticas. Para piorar o que já estava ruim, o governo federal, muito mal do corpo inteiro - haja vista o rombo provocado nas contas públicas - e  última tábua da salvação de estados e municípios afetados pela crise, diz não ter recursos para socorrê-los o que significa dias e meses ainda mais difíceis. Em meio a essa crise, os municípios do Norte Fluminense e da Região dos Lagos são os que mais sofrem com os problemas advindos de fora e de dentro (OPEP e Operação Lava Jato), uma vez que são os maiores dependentes dos royalties e participações especiais pois, salvo exceções - se é que existem - não criaram outras alternativas econômicas para compensar esta receita. Mas isto já é outra história. Não é hora de se arranjar culpados e, muito menos, de se dizer que quem encontra o corpo é sempre o autor do homicídio. A torcida, agora, tem de ser inventar novas formas de arrecadação que conduzam ao reinício das obras paralisadas, a uma melhor distribuição dos recursos nos serviços públicos (saúde, educação, segurança, transportes, lazer, etc), valorização do servidor e à geração de trabalho e renda, principais metas dos administradores que, obviamente, não se sentem felizes e confortáveis com o momento de crise factível e chegam ao fim do ano sem ter muito o que comemorar.  Não basta fazer o dever de casa, cortando os gastos através de reformas administrativas, dispensando mão de obra, paralisando o essencial e outros métodos pouco efetivos a médio e longo prazos para quem pretende o crescimento. Por mais romântico que possa parecer, uma vez que muitos já sentem o clima eleitoral, o momento é de união, de se fortalecer as instituições, produzir, dar ideias, propor alianças, apresentar parceiros e ter o pensamento voltado para o coletivo. E uma das formas de se alcançar tal objetivo é somar ao invés de dividir.  Afinal, estamos ou não no mesmo barco?