Do mesmo modo que considerei apressadas as previsões de Lula sobre quem vai ocupar sua mesa no principal gabinete do terceiro andar do Palácio do Planalto, em 2010, também acho ser puro exercício de futurologia afirmar que o governador Serra é um dos favoritos. A todos eles, lembramos do velho ensinamento que diz: cautela e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém.
O segundo turno em capitais importantes, entre elas São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, certamente, servirão para definir o quadro da sucessão presidencial. Os baixos resultados para o PT no primeiro turno das eleições municipais também entram na pauta de discussão e nas conversas entre analistas políticos. Fenômenos como Gabeira, no Rio e Kassab, em São Paulo, com forte crescimento em quase todas as pesquisas de intenção de voto são irrefutáveis e mostram que a briga promete. Além destes, temos, ainda, o prestígio do governador Aécio Neves, testado na disputa de Márcio Lacerda para a prefeitura de Belo Horizonte e dentro da própria cúpula do PSDB, onde Alckimin, FHC, senadores Sérgio Guerra e Arthur Virgílo e os demais pesos-pesados devem organizar o ninho tucano.
Outros que não estão mortos nem deixam de ser respeitados são o deputado Ciro Gomes e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ambos do PSB e a não muito simpática e durona, ministra Dilma Roussef, uma das preferidas do PT e do presidente Lula que vem afirmando que seu partido poderá fazer o sucessor. Quase ia me esquecendo: temos o PMDB que costuma costurar muito bem alianças e pode surpreender indicando nomes para a vice, optar pela candidatura independente ou como costuma fazer com freqüência, navegar com um pé em cada canoa. Como faltam quase dois anos para as próximas eleições, relembremos do ex-governador Magalhães Pinto que dizia que "política é igual às nuvens. Você olha, tá de um jeito. Olha de novo, de outro jeito"...