Toda vez que assisto ou me deparo com situações como a do fim da tarde desta sexta-feira em São Paulo, onde o desequilibrado Lindemberg Fernandes Alves, de 22 anos, após um cárcere privado de quase cinco dias, baleou a ex-namorada Eloá Cristina Pimentel (de 15), na cabeça - deixando-a em estado gravíssimo-, lembro-me de, como estagiário de psicologia, no fim da década de 70, quando constatei, surpreso, que muitos dos criminosos parecem já nascerem pré-dispostos à violência e outros são mesmo irrecuperáveis. De lá pra cá, muito tempo se passou e tragédias como a de Santo André, no ABC paulista, estão cada vez mais freqüentes. Mais um caso típico, este não deixa dúvidas de que a onda crescente de violência acontece por falta de políticas públicas eficientes, de amor e fé verdadeiros, bem como, leis e penas mais rígidas e que algo precisa ser feito de verdade. Mesmo não tendo nenhuma passagem pela polícia - o que não significa ausência de desvios - o criminoso, que também atingiu Nayara Rodrigues da Silva (16 anos) com um tiro no rosto, mostrou comportamento extremamente violento durante o seqüestro e, para alguns especialistas em negociação de reféns, isto poderia ser um forte indício para que a polícia não cometesse os vários erros que cometeu. Agora assistiremos a um festival de bravatas, conceituações e acusações para justificar o que para a sociedade é injustificável.