quinta-feira, 13 de janeiro de 2011
CÂMARA DE QUISSAMÃ NA JUSTIÇA E NOS JORNAIS
De um lado da corda, um presidente, ex-secretário de Fazenda, "eleito" por um vereador que já foi presidente e vice-prefeito; por outro, que também já foi presidente da Casa, secretário municipal e acumula um número recorde de mandatos e, finalmente, por um neófito, evangélico e bem-intencionado que gosta de falar durante os discursos: "de boa intenção o inferno está cheio!". Na outra ponta, um presidente, também novo, cronologicamente falando e no exercício parlamentar, "eleito" pelo primeiro chefe do Legislativo quissamaense, o qual orgulha-se de ter ajudado a construir a sede da Câmara Municipal carregando sacos de cimento na bicicleta; por dois ex-secretários municipais e por um evangélico, de mão amiga, empresário da área de comunicação. Mas, como? Uma Casa das Leis, com gente tão experiente e com duas mesas diretoras? Esta é a realidade no município de Quissamã que, segundo um jornal de Campos, "é o único do Brasil a ter uma Câmara com dois presidentes". Acumulando tanta experiência política e tantos símbolos emblemáticos, era de se esperar que uma eleição como a que fazem a cada dois anos - geralmente sem muitas surpresas de última hora - transcorresse de maneira mais pacífica, com ou sem arrepios da Lei. Chamar a atenção de tantos por aquilo que tão poucos - no caso os nove vereadores - poderiam resolver é algo no mínimo constrangedor que só pode estar trazendo a alegria daqueles acostumados a ver o mar pegando fogo na esperança de comer peixe frito. Enquanto a velha batalha judicial continua, a população, terceira via como sempre, vive quase por decreto e sem um novo orçamento, à mercê de uma definição que já poderia ter vindo, democrática e mansamente, aliviando corações, mentes e bolsos, há muito sem esperança quando se trata da atividade política.