sábado, 1 de janeiro de 2011

FOGO AMIGO

Nada como se quebrar paradigmas. A eleição do ex-metalúrgico Lula, por duas vezes, sua saída do governo com 85% de aprovação popular e, agora, a posse da primeira presidente do país mostram que derrubar conceitos e preconceitos estabelecidos pela sociedade não é tão difícil assim e que Einstein estava errado quando disse que era mais fácil desintegrar um átomo. Eleita pela onda do "quase populismo do cara", pela estabilidade econômica do país e pela impressão de um grande crescimento, Dilma Rousseff, apesar da dificuldade de se eleger ( Dilma teve 56 milhões de votos (41%); o Serra 43 milhões de votos (32%) e os 27% restantes são votos nulos, em branco ou de eleitores que não compareceram para votar) não deverá ter problemas muito diferentes do seu antecessor. Talvez o "fogo amigo" seja o maior deles, pois a base de sustentação do governo, que inclui a necessidade de o PMDB dividir os principais espaços e a antiga e comprovada prática de corrupção de membros de seu próprio partido, constituam aqueles que, na guerra, se tornam um dos grandes responsáveis por tantas baixas, diminuição da autoestima e, eventualmente, pela perda de batalhas.