Em política vale tudo. Ou quase tudo. Prefeitos entram e convidam adversários para a administração. Oferecem cargos a aliados para impedir o crescimento de políticos do mesmo partido. Perseguem ex-correligionários e procuram fazer o que for possível para desestruturar grupos ou partidos. Distribuem tudo o que podem para continuar com prestígio e poder. Enfim, fazem as mais cinematográficas negociatas para continuar na mesa de jogo dando as cartas. Exemplo claro de uma dessas investidas foi o convite – devidamente aceito – do governador de São Paulo, José Serra ao ex- Geraldo Alckmin para ficar à frente da Secretaria de Desenvolvimento. Com o objetivo de unificar São Paulo em torno de seu projeto presidencial, Serra tira do governador de Minas Gerais, Aécio Neves, um forte apoio de boa parte dos paulistas. E assim tem sido em diversos cantos do país. Enquanto não houver uma reforma política séria que impeça a reeleição e a perpetuação “legal” de espécimes, obrigue à escolha de candidatos através de prévias, acabe com o toma lá dá cá (você me apóia para presidente, eu te apoio para governador; você entra no meu governo, fica na sua e depois me dá uma “forrinha”, etc) e, principalmente, que modifique a cultura de nosso povo, vamos continuar achando que política é mesmo uma bagunça.