quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

FAMÍLIA DE USUÁRIO COM DIREITO A TRATAMENTO

Os parentes dos dependentes de drogas em tratamento no estado poderão participar de seus tratamentos psicológicos. A inclusão está prevista no projeto de lei 1170/07, do deputado Pedro Augusto, que a Assembleia Legislativa do Rio aprovou, em segunda discussão, nesta terça-feira. A proposta inclui um dispositivo que estende a participação aos familiares na lei que trata dos direitos dos usuários de drogas no estado. "Especialistas no tema são unânimes em afirmar a importância da família para o avanço e sucesso do tratamento, por isso considerei este acréscimo relevante. Agora espero ver o projeto transformado em lei, porque sei que isso será decisivo para muitas pessoas que precisam deste apoio", disse o parlamentar. É comum ouvirmos dizer que alguém não consegue parar de beber ou usar drogas pois “não tem força de vontade”. Esta é uma meia verdade. Não basta que o dependente tenha vontade pois ele oscilará, entre o querer parar e o querer usar – uma condição que é própria da doença. Verificamos, entretanto, que por ocasião do surgimento de um mínimo de vontade de parar com o uso, funciona mostrar ao dependente as principais conseqüências do abuso de drogas. Pensamos, além disso, que esta vontade pode e deve ser induzida pelas pessoas mais próximas: familiares, amigos, companheiros de trabalho, ou profissionais que lidem com o usuário. Isto pode ser feito, por exemplo, explorando as dores resultantes das consequências do abuso, diminuindo ao máximo as facilidades de uso, e dizendo as verdades nos momentos adequados, com serenidade, sem hostilidade, permitindo que o dependente “caia na real” e se defronte consigo mesmo. Por tudo isto, considero a proposta do deputado importante e decisiva no tratamento do próprio usuário que passará a ter ao seu lado pessoas com mais capacidade e equilíbrio. Como profissional da área, espero que a proposta seja sancionada pelo governador Sérgio Cabral o quanto antes, para que haja uma maior integração entre equipe multidisciplinar-usuário-família. Sem falar no aumento do mercado de trabalho, claro.