terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

TEMER TEM PERFIL DE ESTÁTUA


Michel Temer haverá de virar estátua um dia para que gerações futuras saibam qual era a cara do PMDB pós-Ulysses Guimarães: um partido, digamos, pragmático. E que convida os parceiros ao pragmatismo. Basta ver quantas são as legendas que o apóiam. Parece uma arca de Noé. Há ali espécies as mais variadas, mas, principalmente, vemos PT, PSDB e DEM.Temer era parte do acordo com os petistas que levou Arlindo Chinaglia à Presidência da Câmara. Por isso eles nem sequer pensaram numa alternativa. Na era Lula, convém o PT não contrariar o PMDB, como o Senado evidencia muito bem. Os partidos de oposição, por sua vez, não têm por que hostilizar o peemedebista, que soube ser exemplarmente aliado do governo FHC. Não procurariam outro nome em ano pré-eleitoral. Seria uma derrota certa. Na presidência do PMDB, Temer confere certa unidade àquele gigantesco saco de gatos pardos que é o partido, que concentra um poder formidável, mesmo sem jamais ter vencido uma eleição presidencial. De governar, só conhece o bônus das verbas, mas não o ônus da responsabilidade e do desgaste. E assim continuará. O sucessor de Lula, seja quem for, não governará sem o apoio do PMDB.E Temer transita com igual desenvoltura entre tucanos e petistas. E por isso está lá, com os votos de PSDB, PT e DEM.Não sabemos quem será o presidente da República. Mas já sabemos que o PMDB será base de apoio e que vai cobrar um preço altíssimo por isso. O partido é a única certeza que temos sobre o futuro governo. É uma verdadeira sina!Eis o PMDB: não disputa o trono porque suas ambições são bem maiores.
Por Reinaldo Azevedo