O frio desperta sentimentos opostos. Essa diferença de gosto aparece quando o cérebro interpreta o sinal enviado pelo sistema nervoso. Ramificações de células que ficam logo debaixo da pele captam como está a temperatura. No cérebro, regiões chamadas ínsulas ficam dos dois lados do cérebro, na altura das orelhas, mas dentro do cérebro. Ínsulas informam ao organismo se esse frio é agradável ou não. E se é no corpo inteiro, ou só nos pés, nas orelhas, por exemplo. Numa outra região, o hipotálamo fica na parte de baixo do cérebro, perto da hipófise. O hipotálamo faz a gente ficar arrepiado, tremer, que é uma forma de aquecer o corpo. E comer, pra gerar energia, também. Esse funcionamento do sistema nervoso, claro, é igual pra todo mundo. Mas a forma como o organismo reage, a sensação de frio, varia de pessoa pra pessoa. Talvez por isso se diga que o frio é psicológico. Mas não é. Os gordinhos, por exemplo, sentem menos frio porque a gordura forma uma camada protetora. As mulheres, naturalmente, costumam sentir frio a uma temperatura meio grau mais alta do que os homens. Na média da população, segundo os médicos, o frio se torna dolorido de quatorze graus pra baixo. Mas mesmo em dias mais quentes, com até trinta, trinta e um graus, o sistema que o corpo tem pra monitorar o frio funciona.
Do Globo.com