Os concursos públicos vêm perdendo credibilidade junto à população e os responsáveis, muitas vezes, são os próprios organizadores, descuidados e desorganizados. E desonestos e mau-intencionados, em muitos casos, como tem sido amplamente noticiado a nível nacional. Confiam demais em pessoas, permitem que conheçam profundamente o mecanismo dos mesmos e até seus gabaritos, os quais deveriam ser guardados a sete chaves. Outro bom motivo para que deixemos de acreditar em sua lisura e transparência é a mudança do gabarito, como acaba de acontecer no concurso para a prefeitura de São Gonçalo onde mesmo constando em sua Lei Orgânica que o município tem a terceira maior população do Estado do Rio várias pessoas tiveram indeferidos os recursos, simplesmente com a alegação de que, agora, São Gonçalo tem a segunda maior população. Detalhe: as questões pediam que se levasse em conta dados do IBGE 2000 onde, com 889.828 habitantes, São Gonçalo figurava como terceiro do ranking dos mais populosos do RJ. Neste caso, os responsáveis podem até não estar agindo de má-fé, mas é preciso que alguém lhes lembre que as pessoas ao participarem de um concurso se empenham, gastam dinheiro e estão repletas de expectativas e que o ingresso nos quadros efetivos de uma instituição, principalmente pública, pode ser a realização de um grande sonho. E que as regras do jogo não podem ser mudadas ao bel-prazer de alguém.
N.B: O interesse de escrever isto é mais do que pessoal, visto que nossa filha prestou concurso para a PMSG (dentista) e viu anulada a referida questão.
