sexta-feira, 20 de agosto de 2010

TRAGÉDIA ANUNCIADA


Existem coisas tão inexoráveis, tão óbvias, que não resta nenhuma outra alternativa para o destino do que assistir aos estragos causados e contar o número de vítimas. São as tragédias anunciadas, quando basta ter um bom senso para se saber que algo vai dar errado. Elas vão da violação da Lei Seca, quando pessoas são assassinadas, dos relacionamentos errados que provocam a morte de inocentes, das BRs privatizadas e malconservadas, à escolha de maus políticos, à injustiça social, ao fracasso da seleção de Dunga e ao caos que se instalou nos serviços públicos e nos transportes coletivos. Este, em particular, pode ser comprovado ao se fazer uma simples travessia Rio-Niterói, de barcas. Os problemas começam no embarque, com filas intermináveis para se comprar bilhete e adentrar ao saguão, uma incógnita quanto aos horários, - geralmente com atraso -,um choque entre os que vêm e os que vão e, finalmente, a superlotação, motivo maior para o temor de quem utiliza aquele serviço, com muita ou pouca regularidade, como no meu caso. Fico imaginando se houver um problema mais sério, com milhares de pessoas procurando socorro, coletes e qualquer outro método para socorrê-las, em pleno mar. O quê os responsáveis têm feito neste sentido, além de se preocupar com a estética, diminuição de tempo de percurso, acesso eletrônico e outros recursos que parecem visar, apenas, lucros maiores? Será que a Barcas S/A quer fazer parte de uma estatística de tragédias que poderiam ser evitadas?