Não consigo enxergar o tão propalado avanço que o governo Lula diz ter alcançado. Os programas e benefícios sociais me parecem muito mais assistencialistas e eleitoreiros do que voltados para diminuir as grandes diferenças sociais. Circulando pelas ruas, o que se vê é um contingente enorme de pessoas na informalidade, ou se drogando, ou se prostituindo, ou tentando "arranjar algum" nos sinais, seja de que forma for. Em praças, marquises e sob viadutos, os excluídos continuam sem perspectivas e disputando um espaço cada vez mais raro. E caro. A taxa de desemprego crescente é, sem dúvida, um dos motivos para esta triste constatação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nas seis principais regiões metropolitanas do Brasil ela avançou para 9% em março em relação a fevereiro. O instituto constatou, também, que o mau desempenho do mercado de trabalho no mês passado afetou principalmente os trabalhadores com maior escolaridade e que a taxa é a maior desde setembro de 2007, quando ficou no mesmo patamar. Essa é a terceira alta consecutiva do número de desempregados no país. Em relação a março do ano passado (8,6%), o índice aumentou 0,4 ponto percentual. O rendimento médio real dos trabalhadores ocupados ficou estável, em R$ 1.321,40, frente a fevereiro. Em 2008, houve acréscimo de 148 mil pessoas. Enquanto isto, "o cara" continua comparando a governabilidade a um jogo de futebol onde ele, o juiz, tenta arranjar as coisas para seu time se dar bem em 2010.