sábado, 4 de abril de 2009

MÁRCIO MOREIRA ALVES (1936-2009)

A cada dia me convenço mais que o melhor da vida é vivê-la com dignidade, intensamente e ter, sempre, uma boa história para contar. Durante toda caminhada, procuro não me afastar de nenhum desses "mandamentos". Em se tratando de histórias, o jornalista e ex-deputado federal Márcio Moreira Alves, falecido ontem, me fez lembrar de mais uma. Foi quando acompanhamos o quissamaense conhecido como "Seu Nonô" (do qual também temos boas lembranças) ao Programa Jô Soares, em SP. Enquanto aguardava o momento da entrevista, ao percorrer o corredor, notei que os camarins abrigavam outras admiráveis figuras: o cantor e compositor Zeca Baleiro e o jornalista Márcio Moreira Alves. O primeiro parecia ensaiar uma nova melodia e o segundo andava de um lado para o outro esperando a hora certa para responder as sempre inteligentes perguntas do "Gordo". Foi quando Márcio, repentinamente, dirigiu-se a mim querendo saber quem era "Seu Nonô". Expliquei tratar-se de um desportista que aos 73 anos tinha como prazer maior participar de maratonas e levar o nome de sua cidade por todos os cantos. Ícone para muitos, Marcito, como era tratado, encantava a todos por atitudes como estas, além da indiscutível trajetória profissional, política e, sobretudo, pelo modo de vida que levava e pelos ideais, muitos expressos em seus artigos escritos ao longo da vida . Conhecer alguém que começou a trabalhar como jornalista aos 17 anos e aos 22 ganha o Prêmio Esso e que na política foi uma das primeiras vozes a denunciar as violências e ilegalidades do regime militar, me permite afirmar que uma das melhores coisas da vida é ter histórias como estas para contar. Ou para ouvir.