sábado, 20 de dezembro de 2008

MUITA HORA NESSA CALMA

A aprovação no Senado da Proposta de Emenda Constitucional (PEC), que cria 7.343 vagas de vereadores em todo o Brasil, é bastante polêmica e necessita de todos nós bastante compreensão. Precisamos entender a importância do gesto, às vésperas do Natal, quando nossos representantes resolveram conceder um presente tão bom para eles mesmos. Já pensando nas eleições de 2010 fazem sua política e, com a aprovação da PEC, ganham novos e numerosos adeptos. Precisamos pensar, também, que o mandato para alguns (leia-se, alguns ) vereadores não se limita a colocar nome em ruas e praças. É dizer amém ao executivo, fiscalizar e aprovar suas contas, arrumar emprego para sua “gente”, negociar número de assessorias, traçar estratégias políticas e muito mais. Com o aumento de cadeiras na maioria das câmaras municipais – só no Estado do Rio serão mais 331 - isto será alcançado e teremos uma representatividade, no mínimo, diferente. Para os prefeitos, caso a proposta seja promulgada, haverá mais negociação e, certamente, mais chateação. Para quem conhece o “negócio” sabe que o diálogo entre os poderes baseia-se na velha máxima de se criar dificuldade para vender facilidade. Enquanto isso, esperamos pacientes o desfecho já que, além da apreciação dos deputados, há uma grande guerra jurídica em curso que sustenta que os suplentes só poderiam assumir se a emenda tivesse sido aprovada até junho deste ano. O presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, alega ser contra pois há muita gordura para cortar. Os vereadores derrotados, que ficaram na suplência, querem que a medida entre em vigor imediatamente e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Brito, sustenta que, se aprovados hoje pelo Senado, novos postos só valem para 2012. Mas quem defende o interesse da população que, mais uma vez, vai arcar com o ônus que o aumento do número de cadeiras trará?