quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

PARTIDARIZAÇÃO DO SERVIDOR É PERIGOSA

Não entendi muito bem as declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), em O Globo, condenando a partidarização dos servidores públicos, considerando-a, em qualquer segmento do serviço público, em geral, como sendo extremamente perigosa. Talvez o ministro estivesse pensando no episódio do delegado Protógenes Queiroz e seus desdobramentos, entre eles o de afirmar que os fatos investigados na Operação Satiagraha, da qual foi afastado definitivamente na última segunda-feira, são extremamente graves e que muitas informações ainda estão preservadas, por segredo de justiça. Mas isto não é motivo suficiente para que deixe de haver, no seio da sociedade, entre servidores ou não, a tomada clara de decisões e de partido por aquilo que julguemos correto. O que temos que exigir das autoridades é uma maior fiscalização quanto a possíveis excessos ou crimes de prevaricação, peculato, assédio moral e uma aplicação de penas que não se limitem à administrativas, na maioria das vezes. Como servidor público há muitos anos, estou convicto que devemos tomar partido, sim. Deveria ser regra se encarar o cidadão com partidarismo, isto é, de modo a preservar seus legítimos interesses (do cidadão) e não os seus próprios (da administração). Ou pior: dos partidos, agora, entenda-se políticos. Peguemos como exemplo o processo eleitoral, onde é comum chefes de executivo e secretários serem candidatos . Nesta época, o servidor é quase que obrigado a tomar o partido, desta vez, o deles (candidatos). Muito comum é a constante coação aos servidores, subordinados e suas famílias. Costuma-se ultrapassar limites com muita freqüência. Por vivermos em um país de extrema desigualdade e parcialidade, é mais comum do que se imagina assistirmos perseguições políticas por parte dos administradores com o intuito de promover uma jornada de humilhações a desafetos e isto, sim, deve ser combatido e não os que desejam contribuir tomando partido daquilo que se considera ser o mais adequado e correto. Em nome da verdade e da liberdade.