Quando o ex vice-presidente americano Al Gore revelou ao mundo que o planeta caminhava para um aquecimento global com consequências catastróficas, além da grande repercussão natural que isto trouxe pouco tem sido feito, efetivamente, por cada um de nós. No entanto, cientistas do mundo inteiro têm feito sua parte. Como, por exemplo, vários que revelam que qualquer mudança climática abrupta na região do Atlântico Norte tem um rápido efeito de compensação no Atlântico Sul, afetando o clima em todo o mundo e não apenas localmente. E isto diz respeito a todos os seres, sem exceção. Outro estudo interessante divulgado recentemente é que sedimentos oceânicos da última Era Glacial no Atlântico Sul confirmam teorias de que um súbito esfriamento ou aquecimento do Hemisfério Norte causa um efeito oposto no Sul. Até agora, cientistas que estudam rápidas mudanças de temperatura por variações naturais durante a Era Glacial, que terminou há 10.000 anos, não tinham uma evidência clara do efeito de compensação. Estudos da composição química dos sedimentos oceânicos ajudaram a reconstruir antigas temperaturas. "Grandes e bruscas mudanças de temperatura registradas na Groenlândia e no Atlântico Norte durante a Era Glacial foram realmente globais em extensão", afirmou o estudo da Universidade Cardiff. "Ele confirma previsões que mudanças climáticas abruptas são globais em natureza", disse Stephen Barker, da Universidade de Cardiff, principal autor do estudo publicado na revista Nature, junto com outros especialistas da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos. "Quando uma mudança climática abrupta acontecer no futuro, nós saberemos um pouco mais sobre isso", disse ele à Reuters sobre o estudo que pode apontar os riscos de futuras interrupções nas correntes do Oceano Atlântico. Bom seria que não precisássemos desta "mudança abrupta" - e isto parece ser inexorável - e conseguíssemos colocar cadeado na porta antes de seu arrombamento.