segunda-feira, 16 de março de 2009
A VOLTA POR CIMA
Depois que perdeu o cargo de presidente da República, em 1992, tornando-se o primeiro presidente brasileiro a sofrer um "impeachment", Fernando Collor de Mello parecia acabado para a vida pública nacional. "Elle" nunca perdeu a arrogância nem desistiu, porém. Depois de recuperar os direitos políticos e de se eleger senador pelo PTB de Alagoas, voltou à linha de frente do cenário político e acaba de ganhar um presente sem tamanho do PMDB, com a aquiescência do presidente Lula. E mostrou que pretende usar a vitrine que lhe deram para se destacar e, quem sabe, dar uma reviravolta na sua história. Logo ao ser empossado na presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado, criticou o Governo Federal e vestiu o figurino de fiscal das obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Mirando na simpatia dos prefeitos, criticou o Planalto por não renegociar dívidas de municípios e disse que a redução do IPI na venda de carros só favorece os Estados produtores. E, retornando ao seu antigo papel de "caçador de marajás" (já deu certo uma vez, não custa tentar de novo) Collor propôs que todos aqueles que forem indicados para a direção das agências reguladoras terão de, além de passar pela sabatina no Senado, provar que não têm dívidas fiscais com a União, Estados e municípios. Lula deveria colocar suas barbas de molho ante a movimentação deste seu aliado. Afinal, ele mostrou, há 19 anos (quando se elegeu presidente derrotando o próprio Lula), o que é capaz de fazer para subir as escadas que lhe interessam.