domingo, 29 de março de 2009
SÓ SEI QUE NADA SEI
Esta semana, como de costume, colocando por quês para os vários egos, procurei algo que me ajudasse a ajudá-los. Foi quando o google me sugeriu "Sócrates, O Poder do Não Saber", de Andreas Drosdek. Acessando-o na própria internet - que ninguém é de ferro - logo de cara uma frase de Einstein: “os problemas que existem no mundo não podem ser resolvidos a partir dos modos de raciocínio que deram origem aos mesmos”. Pronto, era tudo que precisava para confundir, ainda mais, os pobres egos. Mas vamos lá. O pensamento “A tripla reviravolta Socrática” diz respeito ao reconhecimento do não-saber, o ser humano como centro e o bem enquanto objetivo. Inicia com uma breve síntese das três reviravoltas de Sócrates. Segundo o autor, ao invés de defender seu pretenso saber a qualquer custo, Sócrates passou a se concentrar em seu não-saber e, sendo assim, transformou a revelação de falsos saberes e a descoberta do não-saber no foco de sua vida. A primeira reviravolta seria, portanto, exatamente esta: o reconhecimento do não-saber. Assim, quando Sócrates apregoa que “só sei que nada sei”, na verdade, não quer dizer que não sabe de nada, mas que tinha consciência de que seu saber a princípio seguro, ainda era falho em relação a alguns pontos decisivos, ou seja, “não acredito saber aquilo que não sei”. Utilizando seu método de perguntar, Sócrates, então, desmascarou o não-saber dos políticos, dos poetas e dos artesãos. Com isso, Sócrates terminou por demonstrar as mentiras que alicerçavam a vida de muitas pessoas, que viviam bem com o fato de enganarem a si próprios e aos outros. Pois bem, a segunda reviravolta é ter o homem como centro, ou seja, para Sócrates a dedicação ao ser humano não se reduzia apenas à auto-análise. Estar a serviço do bem-estar do próximo, ajudando-o em sua busca pela verdade e pelo sentido da vida, era o seu objetivo. Finalmente, a terceira reviravolta tem o bem enquanto objetivo. Acreditava Sócrates que a missão do ser humano era viver do modo mais virtuoso possível, ou seja, aquilo que preenche melhor sua função, usar o seu potencial da melhor forma possível e fazer jus às suas responsabilidades. Em suma, o processo de contínuo auto-aprimoramento representava para Sócrates o ponto de partida na busca do bem. Como se vê, nós, pobres mortais, podemos afirmar, categoricamente, que nada sabemos e de que estamos muito longe de tudo isso. Apesar da pretensão de superioridade de muita gente...